sexta-feira, 18 de março de 2011

Falta de investimentos impede crescimento do Norte brasileiro

A precária infraestrutura do país prejudica o desenvolvimento da região Norte. O alerta foi feito pelo presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, durante a divulgação do estudo Projeto Norte Competitivo. O documento, que traz um diagnóstico dos gargalos logísticos da região e aponta os investimentos prioritários, foi entregue ao governo federal nesta terça-feira, 15 de março, em evento realizado na sede da CNI, em Brasília. Elaborado pela consultoria Macrologística, o estudo é uma iniciativa da CNI em parceria com a Ação Pró-Amazônia, formada pelas federações de indústrias dos nove estados da Amazônia Legal: Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins. O diagnóstico aponta as 71 obras de infraestrutura com maiores possibilidades de incrementar a economia da Amazônia Legal. Elas foram selecionadas entre 151 projetos necessários para resolver as deficiências de transporte na região.

Entre as obras consideradas mais urgentes, estão melhorias em rodovias como a BR 364 e Belém-Brasília, além da criação da hidrovia Juruena/Tapajós, que reduziria em cerca de 40% os custos do escoamento da produção agrícola mato-grossense para Xangai, na China. De acordo com o sócio-diretor da Macrologística, Olivier Girard, o diagnóstico tem como objetivo subsidiar investimentos que integram fisicamente e economicamente os estados da região. O estudo também traça as melhores rotas para escoamento dos produtos da Amazônia Legal para o mercado internacional.

Os 71 projetos prioritários exigem um investimento de R$ 14 bilhões, que trariam um retorno anual de R$ 3,8 bilhões para o setor produtivo. Com isso, seria possível cobrir os investimentos em até quatro anos. Os gastos na hidrovia Juruena/Tapajós, por exemplo, podem ser pagos em dois anos.

Segundo Andrade, esse tipo de informação e a abrangência desse estudo ajudam a atrair o interesse privado. O presidente da Federação das Indústrias do Estado do Maranhão (FIEMA) e coordenador da ação Pró-Amazônia, Edilson Baldez, defendeu a atuação conjunta do setor público e privado para ampliar a competitividade das empresas da região.

Foram analisadas as cadeias de alumínio, cana-de-açúcar, caulim, cobre, duas rodas, ferro e aço, fertilizantes, eletroeletrônica, madeira, mandioca, manganês, milho, pecuária bovina, petróleo e derivados, refrigerantes e soja. Essas 16 cadeias produtivas são responsáveis por 95% do que foi produzido e exportado pelos nove estados em 2008.

De acordo com o diagnóstico, se nenhum investimento for feito até 2020, os custos logísticos de transporte de mercadorias nos nove estados da Amazônia Legal alcançarão R$ 33,5 bilhões. Em 2008, esse valor atingiu R$ 17 bilhões.

O evento contou com a presença do secretário de Política Nacional de Transporte, Marcelo Perrupato, dos governadores do Pará, Simão Jatene, de Mato Grosso, Silval Barbosa, e de Rondônia, Confúcio Moura, dos vice-governadores do Maranhão, Washington Oliveira e do Amazonas, José de Melo Oliveira, além de presidentes de federações estaduais de indústrias, senadores e deputados.



Agência CNI

Nenhum comentário:

Postar um comentário